sábado, 26 de julho de 2014

NOVOS CAMINHÕES


                Tenho acompanhado de perto a intenção de novas montadoras de veículos comerciais de instalar fábricas no Brasil. E tenho acompanhado também o preconceito que estes novos entrantes sofrem, principalmente os de origem chinesa. Para muitos, caminhão bom é o das marcas já estabelecidas aqui há décadas. A voz corrente diz que tudo que tem procedência chinesa em termos de veículos não presta, oque eu discordo, pos todos os principais produtores de peças e componentes automotivos estão instalados na China. Ocorre que os mesmos fabricantes que estão aqui instalados nem sempre produzem os mesmos veículos que produzem nos seus países de orígem. Via de regra, vendem aqui produtos já fora de produção em seus países.

                Eu sou partidário da teoria de que uma nova marca que finca seus pés aqui obriga de uma forma ou de outra as já existentes a se mexerem, se não quiserem se arriscar a perder o mercado conquistado à duras penas com pesadíssimos investimentos em Marketing e pré e pós- vendas. O mercado brasileiro sempre foi restrito de participantes e pobre de opções. Por isso, acho bem vinda a entrada de quem quer que seja para gerar emprego e produzir aqui. E por isto mesmo, por ser um mercado restrito e com pouquíssimas opções, falta concorrência. A concorrência é sagrada para o fortalecimento de qualquer mercado possível e imaginável. E nos caminhões, não é diferente.

                O que os novatos no mercado brasileiro precisam fazer é mostrar a que vieram, oferecendo boa rede de concessionários e assistência técnica (que precisa estar bem distribuída e, sobretudo, bem preparada num país do tamanho do Brasil e não concentrada no Sudeste, como é de praxe, porque é nessa região que se concentra a maior fatia do PIB brasileiro), peças com preço justo, preço de aquisição do veículo honesto, baixo custo de mão de obra e muitas outras qualidades.

                O que os usuários precisam fazer é entender o produto e dar a ele a devida aplicação e manutenção, o que não parece ser o uso padrão que se faz com veídulos das marcas já existentes. Eu costumo dizer que uma montadora instalada aqui há décadas entende o mercado e sabe que caminhão tem que aguentar desaforo. Os que estão chegando apenas sabem do tamanho do potencial do mercado que existe aqui. Mas não sabe que um veículo de 380 cv vai ser obrigado a puxar uma compisição de 9 eixos de 74 toneladas, trabalhar em regiões canavieiras e madeireiras sob condições severíssimas de operação, em estradas de terras e outras condições críticas. Com este conhecimento, as montadoras locais acabam construindo um veículo super dimensionado, extremamente reforçado do chassi à transmissão.