Recebi
por meio de um amigo do grupo do facebook Transporte em Foco o link de uma
matéria assinada pela jornalista Isabel Fleck, do jornal Folha de São Paulo
nada abonador. A matéria trata de um ranking de eficiência logística elaborado
pelo Banco mundial que coloca o Brasil na nada honrosa 65ª posição de um total
de 160 países. O nosso desempenho é muito ruim. Para que tenhamos uma ideia do
tamanho do desastre que a pesquisa revela, ficamos atrás de gente como
Argentina e Chile (nossos vizinhos) e dos outros componentes do chamado BRICS
(Rússia, India, China e África do Sul, respectivamente posicionados em 90º,
54º, 28º e 34º lugares).
A
amostra teve edições em 2007, 2010, 2012 e 2014. E neste ano, as notas foram
todas mais baixas à exceção da qualidade logística, que se manteve, mas não
serve de consolo. Nosso pior desempenho foi no quesito eficiência do
gerenciamento alfandegário, onde ficamos em 94º lugar, perdendo para países
como El Salvador, Paraguai e Equador, toda economias muito menores do que a
nossa. No quesito entregas internacionais (que mede entre outros, a capacidade
de formar preços competitivos) ficamos em um nada honroso 81º lugar.
Mas
porque este tipo de coisa acontece?
Já
falei em outros artigos. Nos falta infraestrutura de todo tipo, que reflete
diretamente na capacidade de escoamento da produção e isso gera custo, nossos
produtos ficam mais caros e tais adversidades nos tiram a competitividade. A
nossa incapacidade de criar um sistema logístico eficiente e competitivo é tal
que o problema começa já no embarcador. Um bom exemplo disso é o que aconteceu
recentemente com meu amigo Marcelo Luis Winsecki, de quem já falei em outro
post. Ele recebeu as mercadorias para serem entregues nos respectivos
endereços. Até aí, nada demais. Ocorre que o embarcador não tinha um sujeito
chamado roteirizador e as cargas não estavam unitizadas para serem entregues
nos respectivos endereços e além de não unitizarem as cargas, não as colocaram
no caminhão de acordo com o sistema UEPS (Último que Entra, Primeiro que Sai).
Então aconteceu isso:
Foto: Marcelo Luis Winsecki
Ele teve que fazer uma tremenda
bagunça na carga para formar os pedidos das entregas. Isso toma tempo precioso
e gera custo, além de ter grandes possibilidades de ter feito um trajeto maior
do que o necessário, o que pode ter causado consumo de combustível desnecessário. E uma
vez no endereço, tinha que bagunçar toda a carga para procurar os itens e
formar os pedidos que seriam entregues. Mas alguém pode dizer que isso é
primário. Se é tão primário assim, porque apenas os grandes embarcadores e
transportadores seguem a metodologia de carregamento de cargas unitizadas e
sistema UEPS nos veículos?
Adelmo Filho
Formado em Administração de empresas
pelo Centro Universitário da Cidade
como eu já sofri com essa imagem!
ResponderExcluirMuito triste mesmo, e lembrei da época que realizava entregas fracionadas na minha região, e a bagunça na carga era constante, difícil de combater no modelo de operação a qual eu trabalhava!
ResponderExcluirComplicado né... excelente post, adorei !
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